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Mostrando postagens de dezembro, 2024

O Vírus da docência

    Creio, com toda a convicção, que todas as profissões têm sua importância. Mas, perdoem-me o corporativismo, a minha é mágica. Decidi ser professor ainda na adolescência, tomado pelo encanto dos mestres que cruzaram meu caminho. Porém foi meu professor de sociologia no ensino médio quem me presenteou com o vírus das ciências sociais. Uma peste sem cura, diga-se de passagem. É essa mistura que me fez professor. Aliás, foi dele que ouvi uma das definições mais bonitas sobre o nosso ofício. Um estudante curioso perguntou o que ele seria caso não fosse professor. Ele respondeu “Eu seria infeliz.” Hoje, no último dia letivo de 2024, recebi uma cartinha e chocolates de uma estudante. Não foi a primeira vez que algo assim aconteceu, mas, confesso, essa foi uma das mais emocionantes. Quero acreditar que esse vírus que um dia me foi injetado, lá na adolescência, incubou, cresceu e agora anda por aí, contagiando outras gentes. Talvez, no fundo, a magia da minha profissão es...

A primeira década

  "O senhor quer segurar um ou consegue pegar os dois no colo?", perguntou a médica.  "Quero os dois", respondi, já com os olhos marejados de emoção. Isso foi há dez anos.  A estreia deles nesse negócio chamado vida. Um troço tão fascinante quanto contraditório.  Nesse tempo, eles cresceram gradualmente, moldando suas formas, revelando personalidades e características que mostram como, mesmo sendo gêmeos, podem ser absolutamente únicos.  E, enquanto eles mudavam, eu também me transformei. Naquela manhã, nasceu um pai. Creio que a existência deles me tornou menos egoísta, menos autocentrado e, acima de tudo, me ensinou o significado do amor incondicional.      Assim como naquele dia ensolarado eu não fazia a menor ideia do que o destino traria na década seguinte. Hoje também não sei o que o tempo, esse deus implacável, reserva para eles. Minha torcida que sejam felizes, que a vida e os amores retribuam toda a alegria e o orgulho que despertam em mi...