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Mostrando postagens de novembro, 2022

Que recuperemos a amarelinha

    Nelson Rodrigues, talvez nosso maior cronista dizia que “o brasileiro é um narciso às avessas.” Para chegar um tal vaticínio, utilizava um personagem que era seu amigo de infância. Onestaldo, um rapaz que escondia suas qualidades e gostava de ostentar em público seus piores defeitos. Fazia isso aos berros e sem nenhum constrangimento. Nelson Rodrigues comparava isso ao comportamento dos torcedores brasileiros frente a seleção brasileira de 1976. Sempre desacreditando e apontando os defeitos daquele time. E olha que a escrete canarinho naquele ano tinha entre outros, Leão, Falcão, Zico e Rivelino e Roberto Dinamite.      Neste domingo, começa mais uma copa do mundo de futebol. Não gosto do sentimento de patriotismo. Acho cafona e brega. Há quem diga até que este é o último refúgio de um canalha. Na história mundial, essa ideologia política só produziu ditaduras, guerras e mortes.   Porém, na copa do mundo é diferente. Gosto de ser nacionalis...

O povo bestializado

  Amanhã, 15 de novembro comemoramos a Proclamação da República Federativa do Brasil. O ato imortalizado no quadro pintado por Benedito Calixto, foi na verdade um golpe aplicado pelos militares na Monarquia, e apoiado pela elite econômica. Os militares estavam descontente com a monarquia porque consideravam baixos seus soldos, já a elite econômica estava insatisfeita porque o regime imperial porque este tinha posto fim a escravidão. Sim, nossa república é fruto de um golpe militar, “mercado” da época estava preocupada que o fim da escravidão poderia quebrar a economia do país. Para isso contaram para assim com o “braço forte e a mão amiga do exército.” Uma república é definhada entre outros princípios pela divisão de poderes proposto pelos autores John Locke e Montesquieu. Preocupados com a concentração de poder produzido pelos governos absolutistas, propuseram que o poder da república deveriam ser divididos em três: executivo, legislativo e judiciário      O poder ...

O errático pós Bolsonaro

  Quase 48 horas depois de se tornar o primeiro presidente a não conseguir se reeleger no Brasil, Bolsonaro finalmente decide pronunciar-se. O que a nação assistiu foi um presidente isolado, acompanhado apenas de núcleo mais radicalizado do seu governo. Com um olhar assustado, e visivelmente nervoso, Bolsonaro fez o esperado pronunciamento em pouco mais de dois minutos. O ato foi seguido com uma fuga desenfreada das perguntas da imprensa.  A lacônica cena contrasta com o Bolsonaro de 2018 que aos berros e xingamentos enfrentava a imprensa. Enquanto assistia a temperatura subindo nas ruas, os apoios ao presidente Bolsonaro derretiam. Com pouco mais de 49% dos votos no segundo turno, a leniência em pronunciar-se fez com que seus apoios ao mito, em seu primeiro ato público depois da eleição reduzissem a militantes ensandecidos por mensagens golpistas de redes sociais. Políticos e empresários que apoiaram Bolsonaro na eleição de domingo pularam da aventura golpista do mito. Os b...