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Prefeito e vereadores sinalizam que a carreira de professor não vale a pena

  A Câmara de Vereadores de Blumenau apequenou-se mais uma vez. No dia de ontem, dia 05 de dezembro de 2018, votou e aprovou o Projeto de Lei Complementar nº 1.827, de autoria do Poder Executivo, que alterou a forma de contratação dos trabalhadores admitidos em caráter temporário (ACTs). Entre as alterações que foram aprovadas, está a eliminação do FGTS e da multa rescisória. Votaram pela retirada dos direitos do trabalhadores, os vereadores Alexandre Matias, Jens Mantau e Sylvio Zimmermann   do PSDB, Jovino Cardoso do   PROS, Alexandre Caminha do PSD, Marcelo Lanzarin do MDB e Almir Vieira do PP. Os vereadores Adriano Pereira (PT), Aílton de Souza (PR), Bruno Cunha (PSB), Professor  Gilson (PSD), Oldemar Becker (DEM) e  Zeca Bombeiro (SD) votaram contra o projeto. O episódio é um daqueles que perdem todos:   os professores, a educação pública, o prefeito, a câmara de vereadores e sobretudo a cidade. Os primeiros perdedores neste processo é a Câmara de Ve...

Se hoje você ouvir um rajar de foguetes, é por conta do aniversário da minha mãe

  Todos estão postando fotos nas redes sociais de quando eram crianças. Eu vou postar a minha. Mantenho ela em um porta retrato na parede da minha pequena biblioteca. Não pra mostrar como eu era quando era quando criança, quero celebrar a mulher que me segura nos braços. Nesta foto ela está forte e sorrindo. É assim que guardo ela na lembrança. O sorriso era largo, e as vezes soltava um gargalhada aguda. Seus braços na maior parte da vida foram fortes. Com força suficientes para cumprir um dupla jornada. Cuidava da nossa família e da casa de algumas famílias endinheiradas. Cultivava uma horta que ajudava no alimento da casa e vendia para os vizinhos. Possuía um espírito solidário. Organizava campanhas de doações de roupas e alimentos na comunidade religiosa. Nunca perdeu a fé. Era inabalável. Mesmo quando a diabetes lhe roubou a força física e a luz do dia. “O melhor está pra frente” dizia ela....   Hoje ela faria 78 anos. Faz três anos que ela partiu.   Não tem um dia qu...

O que é necropolitica

  Nas últimas semanas em ganhado força na imprensa e nas redes sociais o termo necropolitica. O conceito foi cunhado pelo filosofo moçambicano Achille Mbembe chegou primeiro no Brasil, o conceito em um ensaio publicado em 2016, depois em um livro que tem por título o próprio conceito e foi publicado em 2018 editora N-1. Necropolitica é a forma c omo o poder se apropria da morte como forma de gestão pública. Decide quem deve morrer, quando e como deve acontecer esta morte. Necropolitica também tem relação com a forma da gestão do risco eminente da morte, sobretudo quando territórios ou grupos sociais convivem diariamente com o risco eminente da morte.   Como toda forma de poder, a necropolitica não atua apenas por ordem ou mando de um dominante, de um líder, ou de um presidente. É legitimada pela crença ou racionalidade dos dominados. Há uma série de mecanismos sociais que fazem com que, ações de morte ou gestão dela por parte do estado e dos seus agentes ganham legitimid...

Não há política sem ideologia

  Chamou a atenção de todos os que acompanham a cena política, uma declaração no Twiter, feita pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro afirmando que “ A questão ideológica é tão, ou mais grave, que a corrupção no Brasil. São dois males a ser combatido” . Bolsonaro não é o único integrante do governo que se instala no Brasil a dizer que é preciso um governo sem ideologia. Seus assessores mais próximos, repetem isso a todo tempo. Assim, sem ter a pretensão de esgotar o assunto, precisamos compreender e debater o é que é ideologia, e se é possível haver governos sem influência ideológica. Primeiro é preciso compreender que a política como campo de estudo, não pode ser descrito apenas como uma realidade voltada para a luta pelo poder. Há na atividade política, outros princípios e valores que determinam e guiam esta atividade. Quando estes valores e princípios são compartilhados por indivíduos, grupos e voltados para ações práticas na sociedade, são chamados de ideologia política. Há...

Precisamos falar sobre fascismo

  Sem a pretensão de esgotar qualquer tema e muito menos ser o dono da verdade e das interpretações dos fatos, creio ser necessário debatermos o que é fascismo.   Talvez o conceito político mais ouvido na eleição de 2018. Desde já, peço desculpa ao leitor pelo tom professoral.   Antes de discorrer sobre este regime de governo e suas experiências históricas, é preciso conhecer a origem da palavra. Em italiano, facio (do latim) significa feixe. A palavra remonta a antiga Roma, onde os juízes como símbolo do poder do Estado utilizavam um feixe de varas que eram amarradas por cordas vermelhas e ao lado do feixe, inseria-se um pequeno machado. Este conjunto chamava-se Fascio Littorio . No conceito político moderno, seria a ideologia política que prega atingir o bem comum, defende que a sociedade deve ser compacta, unida.   F az prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais. Geralmente é composto por um governo autocrático e   centralizado na...

A Declaração de 1948 nunca foi tão necessária e atual

  “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. A frase é parte do artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos.   Ontem, 10 de dezembro de 2018, o documento fez 70 anos de promulgação e segundo o Guinness Book, é o documento mais traduzido no mundo. Entre os direitos defendido pelo documento está o condenação da tortura, do racismo, do tratamento desigual baseado na identidade de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política. Por origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Preconiza a liberdade de expressão, além de defender que todo indivíduo tem direito a vida, a liberdade e a segurança pessoal.             A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu como reação às barbáries produzidas pela segunda guerra mundia...

Precisamos voltar a ler Darcy Ribeiro

  Em tempos em que o Presidente brasileiro viaja para os Estados Unidos para entregar nosso patrimônio e nossa soberania nacional e que de forma subserviente entrega as chaves da Base Militar de Alcântara, para que Trump controle de porteira fechada, um autor brasileiro passa a ser leitura obrigatória. Darcy Ribeiro. Nos ajuda não somente compreendermos a formação do povo brasileiro, como também o comportamento da elite política e econômica da América Latina. Nascido em Montes Claros (MG), em 26 de outubro de 1922, filho de professora primária, teve a educação presente em sua vida desde cedo.   Durante sua existência foi antropólogo, educador e romancista. Como político, foi ministro-chefe da Casa Civil de João Goulart, vice-governador do Rio de Janeiro de 1983 a 1987 e exerceu o mandato de senador pelo mesmo Estado. Faleceu em Brasília (DF), em 17 de fevereiro de 1997. Darcy Ribeiro integra o grupo de intelectuais brasileiros dos anos 50, que assumiu como missão e compr...