“Todos
os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de
razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade”. A frase é parte do artigo 1° da Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Ontem, 10 de dezembro
de 2018, o documento fez 70 anos de promulgação e segundo o Guinness Book, é o documento mais traduzido no
mundo.
Entre os direitos defendido pelo documento está o condenação
da tortura, do racismo, do tratamento desigual baseado na identidade de raça,
de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política. Por origem
nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Preconiza
a liberdade de expressão, além de defender que todo indivíduo tem direito a
vida, a liberdade e a segurança pessoal.
A Declaração Universal dos Direitos
Humanos surgiu como reação às barbáries
produzidas pela segunda guerra mundial e pelos regimes fascistas que a ela
deram origem. Cerca de 47 milhões de pessoas foram mortas durante a segunda guerra,
sendo a mais sangrenta da história da humanidade. O documento tem por objetivo,
portanto, a defesa dos direitos dos indivíduos e que estes direitos devem ser
alvo de vigilância contínua contra a violência arbitrária por parte do Estado.
Apesar
de a diplomacia brasileira cumprir um papel protagonista na elaboração e na articulação
política para a promulgação do documento, há no país, o mito de que direitos humanos defendem mais os bandidos que as
vítimas. Como todo mito, baseia-se no completo desconhecimento nos princípios
que norteiam o documento.
No
Brasil a data coincidiu com a diplomação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), eleito
com 57,8 milhões de votos. Durante sua trajetória política, o presidente eleito
defendeu a tortura e a censura. Afirmou que acha normal as mulheres receberem
salários menores que os homens, que os imigrantes são a escória do mundo e que
os negros podem ser medidos por arrobas. É sintomático que segundo a Anistia Internacional, o Brasil é o quarto pais do
mundo mais perigoso para ativistas dos direitos humanos. A declaração de 1948 nunca foi tão necessária
e atual.
[1] Texto publicado originalmente no Jornal O Município de
Blumenau no dia 11/12/2018
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