Decidi ser professor na
adolescência. Loucura pouca é bobagem. Influenciado pelos mestres que tive e
por essa mania besta de querer mudar o mundo com giz e saliva. Lembro que,
quando cursava o ensino médio, havia uma propaganda do governo que dizia: ser professor
é manter-se jovem. Piada pronta. Só esqueceram de avisar que a juventude vem
junto com olheiras fundas e café requentado.
A sala de aula é um mar. Tem dia
que é calmaria, tem dia que é ressaca braba, onda grande quebrando na cara. Mas
o bom do magistério é isso: sempre dá para remar de novo. A aula de hoje foi um
desastre? Amanhã tem outra. Recomeçar faz parte da travessia.
Lembro sempre de um desses
professores que me inspiraram, que dizia: se não fosse professor, seria um
infeliz. Concordo com ele. A sala de aula é meu farol. Dali, enxergo todo o
horizonte. É o que me guia em meio à neblina, à tempestade, até encontrar a margem.
Uma boa aula cura até tristeza de amor!
Sempre disseram que ser professor
é uma missão. E é aí que mora o perigo. Missão tem cheiro de sacrifício, de
abnegação, de quem não precisa ser valorizado porque já nasceu iluminado.
Conversa fiada. Professor precisa de salário, não de altar.
Mas, no meio do caos, há os
pequenos milagres. Hoje recebi um. Convenhamos, foi um pouco exagerado. Mas, de
todas as medalhas invisíveis que a gente ganha nessa profissão, essa foi das
grandes.
Aos meus monstrinhos, meu abraço
apertado. Como sempre digo: “Eles são brutos, mas amam.”
E amanhã tem mais.
Você merece Josué, pelo seu foco e inspiração de uma pessoa que dedica sua vida para nós monstrinhos kkk
ResponderExcluirParabéns amigo companheiro Josué, parabéns pelo belo texto e pelo aniversário. Muitas felicidades.
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