Na
semana que o presidente Jair Bolsonaro foi a ONU deixar corado de vergonha a
população nacional. Sim, qualquer patrício decoroso, reprova as palavras
proferida pelo nosso presidente em sua estreia na Assembleia Nacional das
Nações Unidas. Bolsonaro errou em tudo,
no tom do discurso, nas críticas desnecessárias a aliados importantes, e
sobretudo pela quantidade de Fake News que proferiu durante os pouco mais de 20
minutos que discursou. Sim, ele conseguiu falar mais do que os 8 minutos, para
nosso desespero!
Aliás, o discurso o presidente é
nada mais do que a expressão da política internacional do seu governo. Uma
subserviência total ao governo Trump e ao capital americano e de um completo
isolamento com o resto do mundo. A história de Brasil acima de todos, ficou
perdido em algum momento de sua campanha eleitoral. Talvez nem lá, porque ainda
em evento de campanha o capitão já estava batendo continência a bandeira
americana.
A performance internacional mito
lembra uma crônica escrita por Nelson Gonsalves em 1966. O cronista carioca analisando
as posturas dos cronistas esportivos fizeram a cobertura da copa de 1966 e que
segundo ele, faziam um imperialismo às
avessas.
“...ponha
um inglês na Lua. E na árida paisagem lunar, ele continuará mais inglês do que
nunca. Sua primeira providência será anexar a própria Lua ao Império Britânico.
Mas o subdesenvolvido faz um imperialismo às avessas. Vai ao estrangeiro, e, em
vez de conquistá-lo, ele se entrega e se declara colônia.”
A estes, Nelson Rodrigues dizia que
não deveria ser permitido viajar: “Saiu daqui bípede e voltou quadrúpede.
Desembarcou no Galeão soltando, em todas as direções os coices trinfais. Por aí
se vê que o subdesenvolvido não pode viajar. Não pode nem ultrapassar o Meier,
a partir de Vigário Geral já baixa uma súbita e incontrolável burrice.”
Ultrapassar o Meier é o problema
central de Jair Bolsonaro. Enquanto destilava seu estilho violento, mentiroso e
preconceituoso na controversa política carioca e nos corredores do baixo clero
do congresso ele passava despercebido. Muitas vezes era tratado como piada e
desdém. O problema agora é que a grosseria e a truculência é na tribuna da
Assembleia Nacional das Nações Unidas. A piada agora, somos nós. Depois de seu discurso Bolsonaro não
recebeu aplausos. Aqui, com certeza não lhe faltará.
[1]
Coices e relinches triunfais é o título da crônica de Nelson Rodrigues
publicada no Jornal O Globo em primeiro de Agosto de 1998. Republicado em uma
antologia do autor com o título A pátria de chuteira – Editora Nova Fronteira
(2013).
Parabéns professor pela sua coluna.
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