Hoje
é dia da saudade. Rememoramos aqueles que amamos mas que já não estão entre
nós. A morte tem diferentes compreensões em diferentes culturas e compreensões religiosas.
No geral, todas encaram momentos como esse de forma solene. A forma como você
percebe o “Dias das Almas” também transforma-se conforme a idade. Não nascemos
com saudade, ela aparece ao longo da vida. A morte e a ideia de finitude não
combinam com os jovens, eles são eternos, depois, conforme os anos vão passando,
você percebe que a morte existe. Saudade deixa de ser apenas uma palavra no vocabulário
e ganha rosto e nomes. 2020 porém o dois de novembro é diferente.
Nesses dias de peste e de escuridão, em que o
luto tornou-se cotidiano. As pessoas
chocam-se com morte de uma personalidade de rosto desconhecido, mas naturalizam
que o vírus continua matando gente que como morrem como moscas. No ano corrente
a morbidez tornou-se forma de governar e fazer política. Ganhou até conceito
sociológico, necropolitica. O dias das almas deste ano não deve ser apenas um
dia de trazermos a memória apenas nossos familiares e amigos que já não estão
mais entre nós.
Devemos
trazer na memória os mortos pelo vírus que atinge a todos. Até ontem foram mais
de 160 mil mortos em todo o país, só aqui na aldeia do Dr. Blumenau foram 161 óbitos decorrentes da doença. Eram
pais, mães, avós, tios, amigos, amantes que foram levados por esse inimigo invisível.
Um vírus por si já é terrível, traiçoeiro, impiedoso, e conta com o auxílio da crueldade
de alguns políticos. Esses, atuam como algozes que menosprezam a doença, relativizam
o impacto e a própria morte.
Comentários
Postar um comentário