Quem me conhece sabe
que eu cresci no Boa Vista. Encravado na área central da cidade de Blumenau em
Santa Catarina, o bairro sempre carregou em espirito popular, quase
boêmio. Quando minha família mudou-se para o bairro no final do ano
de 1987, na época era conhecido como Morro da Banana. Ali, estudei em uma
pequena escola que leva o nome do primeiro professor que chegou na Colônia de
Blumenau. Escolas deveriam sempre ser nominadas com nomes de professores e
cientistas, nunca com nomes de ditadores.
O tamanho da escola e
o reduzido número de estudantes nunca impediu de ter uma organização pedagógica
interessante. No final da década de 1980 tínhamos, clube de ciências,
matemática e um jornalzinho interno. Hoje é a primeira escola
pública da cidade a ser de ensino bilíngue. Foi na
Fernando Ostermann que decidir ser professor, decidir me dedicar a docência por conta de um professor de história.
Morei quinze
anos fora do Boa Vista e, por conta dessas voltas que a vida dão tem dois anos
que voltei a residir no bairro. É claro que depois de uma década e meia a
região modificou-se. Porém, mantém ainda o mesmo espírito popular. Uma
das coisas que chama a atenção no bairro é que os muros não são cinzas, mas
são coloridos por grafites.
O grafite surgiu no
movimento contracultura no anos 60 e trata-se de uma arte e expressão
urbana. Sua ética e sua estética está ligado a movimentos resistências
política e de afirmação indenitária. Depois de surgir na Europa, chega nos EUA onde
sofre influência dos movimentos hippie e punk das décadas de 70 e 80. Nos anos
90, com o aparecimento do Hip Hop o grafite irá compor as expressões artísticas
deste movimento.
Um dia desses reencontrei
um artista que também era meu amigo de escola. Já na época ele era o melhor da turma nos desenhos. Filho de uma família de artista, hoje, dedica-se a fotografia, tattoo e ao
grafite. Pilaco, tem algumas obras espalhadas pela cidade, porém, neste
tempo de peste e distanciamento social você pode acompanhar seu trabalho no
perfil @pilaco no instagram. Pode até adquirir algumas.
Sem palavras mano.
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