Amanhã vou me juntar à greve do magistério em Santa Catarina convocada pelo SINTE. Não fiz isso na última terça feira porque na última semana estava em Brasília envolvido em um trabalho técnico. As razões por trás dessa greve são profundas e afetam diretamente a nossa profissão e o sistema educacional como um todo. Estamos lutando pela valorização da nossa carreira, exigindo a aplicação do reajuste do piso salarial em todos os níveis e a descompactação da tabela salarial. Além disso, buscamos a revogação integral do confisco de 14% das aposentadorias e a garantia de hora atividade para todos os professores dos anos iniciais e segundos professores, com o objetivo de estender esse direito a todos os profissionais da educação.
Ninguém decide aderir a uma greve com alegria. Após mais de uma década dedicada ao ensino, sinto um amargor profundo. Esta greve é um grito de desespero, uma tentativa de despertar a consciência de um governo e uma sociedade que parecem ignorar a importância da educação, dos professores e, consequentemente, dos seus próprios filhos.
É uma jornada árdua, mas necessária. Afinal, a educação é mais do que uma profissão; é uma missão. E é hora de fazer nossas vozes serem ouvidas, pois o futuro de nossa sociedade depende do valor que atribuímos à educação e aos profissionais que a tornam possível.
Decidi ser professor na adolescência. Loucura pouca é bobagem. Influenciado pelos mestres que tive e por essa mania besta de querer mudar o mundo com giz e saliva. Lembro que, quando cursava o ensino médio, havia uma propaganda do governo que dizia: ser professor é manter-se jovem. Piada pronta. Só esqueceram de avisar que a juventude vem junto com olheiras fundas e café requentado. A sala de aula é um mar. Tem dia que é calmaria, tem dia que é ressaca braba, onda grande quebrando na cara. Mas o bom do magistério é isso: sempre dá para remar de novo. A aula de hoje foi um desastre? Amanhã tem outra. Recomeçar faz parte da travessia. Lembro sempre de um desses professores que me inspiraram, que dizia: se não fosse professor, seria um infeliz. Concordo com ele. A sala de aula é meu farol. Dali, enxergo todo o horizonte. É o que me guia em meio à neblina, à tempestade, até encontrar a margem. Uma boa aula cura até tristeza de amor! Sempre disseram que ser professor é uma missã...
A greve é um direito, mas essa é perigosa. Tivesse sido feita em 2021 ou 2022, seria mais justa. Não fez por quê? Medo? Em 2015 professores federais ficaram 139 dias de greve no governo Dilma Rousseff ajudando a criar a narrativa da suposta incompetência dela. Agora se passaram 9 anos de um silêncio de submissão ao fascismo e justamente quando a esquerda volta, de modo frágil ainda.... bingo, criam coragem. Isso é o verdadeiro tiro no pé. Diria até covarde.
ResponderExcluirQuerido, obrigado pela interação. Mas a greve que me refiro é do magistério estadual. Do Estado governado pelo PL. Também, respeitosamente discordo de você sobre o movimento dos professores da rede federal. Lutar não é crime. Lembro você da fala do próprio presidente Lula na CONAE pedindo que o governo sofra pressões. Abraços...
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